São João da Boa Vista, 14 de março de 2020.
Caros padres e fiéis da Diocese de São João da Boa Vista, Paz e bem!
Para evitar a expansão do Coronavirus, duas semanas atrás indicamos quatro orientações:
1) Distribuir a Sagrada Comunhão somente sob a espécie do pão, não mais sob as duas espécies!
2) Distribuir a Sagrada Comunhão somente na mão!
3) Evitar o Abraço da Paz!
4) Evitar o Pai Nosso de Mãos dadas! E o fizemos, guiados pela CF 2020: ‘Vida, dom e compromisso’, e o exemplo do bom samaritano que ‘viu, teve compaixão e cuidou dele’.
Hoje, respondo a insistentes apelos sobre nossas atividades religiosas diante da pandemia!
Pedimos ao Senhor que nos guie diante desta grave situação, sem alarde, e nos faça serenos e fortes. Ao mesmo tempo, lembro que, diante dos que sofrem, o Papa Francisco pede dos pastores proximidade, em especial dos mais vulneráveis.
Assim, definimos estas atitudes válidas até o dia 31 de março:
1. As sanitárias são as básicas: – Lavar sempre as mãos. Cobrir o rosto quando tossir ou espirrar: usar lenço ou braço. Evitar tocar o rosto. Mudar nosso jeito caloroso de cumprimentar, sem aperto de mão ou mãos dadas, sem abraço ou beijo. Já vale sorrir ou saudar alguém. Intensifique-se a higienização dos ambientes e o uso do álcool gel. Não usar folhetos, envelopes reutilizados. Nas pias de água benta, não por água. Estas atitudes servem para tudo: na Missa, Confissão, catequese, reuniões, etc.
2. Evitar aglomerações que põem em risco a saúde. Já cancelamos eventos diocesanos, de maiores
concentrações. Caso por caso
será necessário
discernir a situação.
3. As Missas: mantê-las com os cuidados acima. E mais ainda: sejam breves a homilia, os cânticos (ato penitencial, salmo, santo, amém, cordeiro – rezados), se houver opção de leitura breve, usá-la, etc. Multipliquem-se as Missas para facilitar a distribuição das pessoas entre elas…
– É conveniente deixar bem arejadas as igrejas e locais de celebração, com as janelas e portas abertas. Onde houver espaço, distanciar os bancos ou esparramar as cadeiras.
– Cada paróquia, o pároco com o conselho, decida sobre as suas possibilidades e condições. – Cada pessoa, porém, em consciência, seja responsável em participar ou não. Quem não se sentir, em especial as pessoas idosas, podem se servir das Missas pela TV, Rádio e Internet.
Onde as autoridades civis, devido a ocorrências da doença, proibirem reuniões, obedeça-se, também em relação às Missas, à Catequese e às Confissões.
Se as coisas se agravarem, como diocese poderemos tomar atitudes mais drásticas.
4. As confissões, insisto, sejam organizadas com os devidos cuidados, evitando o aperto de mão, sem tocar as pessoas na cabeça, nem beijar a mão para a bênção. Todo cuidado é pouco!
5. Os encontros de catequese: Onde o município suspender suas aulas, suspende-se também a catequese no mesmo período. Onde não suspender, dê-se a catequese sob a orientação do pároco, em comum acordo com os (as) catequistas. Sigam as orientações sanitárias (acima).
6. Os Ministros nos hospitais só devem ir em situações particulares. Privilegie-se a presença do sacerdote se for solicitado. A Igreja é mãe e se faz presente no sofrimento de seus filhos doentes.
7. Os Ministros nas casas dos idosos, neste período de epidemia, só levem a Eucaristia uma vez ao mês, sob cuidados especiais, considerando a condição de cada um, pois os idosos são mais vulneráveis.
8. No dia 20 de março, ‘as 24 horas para o Senhor’, celebre-se de modo singelo, respeitando as orientações acima!
Em tudo, urge intensificar nossas orações! Com fé venceremos esta calamidade.
O cuidado do corpo, sim, é importante, mas o cuidado do espírito vai além e supera tudo: é nossa luz e força na provação!
Além disso, o nosso compromisso é com a vida, e com a vida em plenitude que vem do Senhor da vida!
Ninguém se sinta só ou abandonado neste momento difícil! Isto não é castigo de Deus, mas é um convite à conversão de nossa soberba e do descuido da criação.
Em comunhão de orações, invoco sobre todos as bênçãos de Deus!
+ Dom Antonio Emidio Vilar, SDB
Bispo Diocesano